Tento não dar voz ao pensamento que me sufoca a respiração mental. Digo umas cem vezes ao dia, que melhores dias virão e que com eles virá a alegria de estar. Mas hoje, os ânimos estão cincentos a modos que a contradizer a beleza azul luminosa que se vive neste lindíssimo país. Talvez porque não há meio de delinear o meu trajecto, já que me encontro em dificuldades em ligar o GPS, e seguir uma rota que me leve algures, onde encontre satisfação dentro e fora de mim. Talvez porque tenho o motor da minha máquina empanado, falta-lhe cuidado, trato e muito mimo. Talvez porque não escuto o eco da atitude desejada, não sinto, não te sinto...Dias melhores virão...
Mas esses almejados dias, são o hoje do amanhã. E gostava de brilhar por dentro, como o dia brilha lá fora. Depende de mim, da minha atitude, da minha maneira de encarar a vida, sim, eu sei disso tudo...mas o bater do meu coração, que se sente pequenino e magoadinho, não te escuta, não te vê, não te sente, e ainda para mais depende das batidas do teu.
E mais uma vez, teimo em contrariar a voz que ecoa cá dentro que não me permite gritar a plenos pulmões, que quero tudo diferente. Que quero acordar a sorrir porque te senti, porque te sei em mim, porque mesmo em dias de trovoada o sol brilha dentro de mim, porque me fazes sentir viva e apaixonada em cada gesto do meu dia.
Ter objectivos a dois, a três...ser feliz pelo simples gesto de felicidade. Construir devagarinho, tijolo a tijolo a casa do nosso amor, decorá-la com carinho, mimos, festas, palavras que nos ajudam a crescer, a amdurecer, numa empatia e sintonia sem igual.
O problema é que sou impaciente por natureza, e não gosto de dar tempo ao tempo, quando sinto que o tempo não te traz para junto de mim. Não gosto de esperar pelo amanhã, quando o meu hoje me trava o impulso, e porque o diálogo virou monólogo não te oiço a alma, nem mesmo o bater do teu coração, nem sinto o calor do teu cheiro e isso começa a incomodar, estalando a bandeira amarela...
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