sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Mente confusa...coração dorido!

Experimento uma sensação de desespero que me tolda a razão.
Dói, e continua a doer.

A luz é fraca, e fosca.


Tenho dificuldade em ter fé, acreditar.

É-me difícil viver estes últimos dias, meses.

Já vi e vivi momentos tão bonitos, acreditando que a vida fazia sentido daquela forma, e hoje numa espiral em sincero retrocesso, tento alcançar uma serenidade invejada e almejada que de tão difícil ser encontrada e sentida, abraço o negro da minha alma.


Digo vezes sem conta, é uma fase. Feliz aquele que sente dor, pois dá maior valor ao belo, mas puxa, já não chega?

É hora duma singela que seja, oportunidade. Escrever um novo capítulo, desta feita mais primaveril, leve. Chega de queixume e de inércia...

Custa a respirar e não lamentar o passado, que me ajudou a ser mais forte mas que me devolve momentos de revolta, quando deveria dar-me sentimento de orgulho...

Estou confusa, perdida e está difícil concentrar-me, focar objectivos com clareza quando vivencio, um dos momentos mais caricatos da minha vida.

Há vidas pior, sem dúvida. Mas, esta que eu vivo diariamente nestes últimos meses, baralha-me as ideias, tem alturas que me dá força em seguir em frente, tem outras que me devolve o sabor amargo da recordação. Tenho vários tipos de prémios, vê-la crescer, mimos vindos de tanta gente, mas ainda hoje sinto a carência do amor verdadeiro, do reconhecer profissional, de me amar mais enquanto pessoa.

É um processo longo, e penoso este, que experimento. E o não saber como vai ser o amanhã, aflige-me. Esforço-me todos os dias, se calhar mais em 6 meses do que em 6 anos, mas mesmo assim, o lamento, a saudade de momentos passados, pessoas que passaram na minha vida, paisagens e gentes estranhas e belas, abrem uma ferida que teima em não sarar. Tenho dias alegres e felizes, mas tenho outros em que desespero, deixo de acreditar, e taurina como sou a paciência por maior que seja por vezes escasseia.
Quero acreditar que vai passar, esta dor, esta revolta, esta raiva, esta mágoa, esta fase.

Saboreio culpa e remorso. Revejo vezes sem conta, as páginas do capítulo passado e tento imaginar situações diferentes, gestos, falas, e vejo que ainda não aceitei a nova realidade, não percebo porque acontece assim, hoje. Dei tanto, amei tanto, sonhei tanto...

É uma fase, disse uma amiga. Tens que te desprender do passado, dizia ela, mas como, se olho todos os dias para o presente da minha vida que cresce e me devolve o ontem diarimente, com um sorriso, com um gesto, ginete, conversa, personalidade familiar. Sei que sou capaz, mas não está fácil. E tem dias, que me apetecia apanhar o primeiro avião rumo à montanha branca, silenciosa e majestosa, onde estranhamente fui feliz.

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