sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O Tempo que não foi

Escutas o meu silêncio, porque fala mais do que mil palavras
Olhas-me com olhar doce e elevo-me a lugares distantes
Sorris e estremeces o interior que me acolhe a natureza

O tempo não foi nosso
Voou para outras paragens, longínquas
Para elas te levaram de mim, ferindo uma parte esquecida e perdida em mim
Vagueia a memória entre lugares, cor e cheiros numa dança de sensações familiares

A saudade penetra sem som, invade, ambienta-se
O vazio de outra ora tenuemente preenchido sem o ser certamente
Deambulo entre horas sumidas e mal achadas e questiono-me
Como estás? Por andas tu?

Num tempo que não voltará a sê-lo, digo-te
Algo puro e cru será a eternidade em cada um de nós
Estarei sempre presente na ausência em cada suspiro
Caminharei sempre na estrada que te acrescenta

Farei parte duma frase entre pensamento e palavra solta
Serei a magia luminosa em cada gesto
Mesmo quando o teu afago se deleita na formosura de quem escolhes
Serei parte absoluta que preenche o sentido do teu caminho.

Texto: Sandra Simões

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