A porta está fechada. Fechada. Não abre, rodo a maçaneta,
tento encontrar a chave e nada, simplesmente fechada. Fechaste a porta e nem me
deixaste ver se havia algo meu lá dentro, nem que seja mera lembrança, não,
fechada, é como a encontro. Questiono-me
se devo esperar por ti, para que a abras e me deixes entrar, me deixes visitar
cada lugar onde me vi e encontrei, mas não, estou do lado de fora, a
questionar-me apenas se fico ou se vou. Talvez me vá, talvez deixe essa
tua porta fechada e siga comigo para
outro local, onde me sinta menos perdida, onde me ache e encontre. Sim, talvez
o faça e dê por mim numa rua com mais cor, solo mais firme, sem tantas subidas
escorregadias como em dias de chuva, sim, talvez o faça, siga comigo. No entanto
estou aqui parada diante dela, a aguardar, a esperar, a desejar que chegues e
abras para que eu entre e me aqueça deste inverno emocional tão frio e molhado.
Só mais um pouco então, só mais um pouco...
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