domingo, 4 de agosto de 2013

Não sei...

São tantos os desafios que se me apresentam neste viver meu, contigo, num caminhar que será um meu eterno.
Por vezes sinto-me impotente, não sei como te ajudar, não sei como calar essa tua raiva, não sei como adocicar o teu dia, não sei como salvar-te da dor que te consome por dentro neste teu percurso tão curto. 
Ver-te proferir dizeres negros é-me penoso, é-me porque não tenho borracha para apagar tudo o que te faz mal, e sei, que ainda há tanto que te amolgará a alma, te apertará os sentidos asfixiando o ar inócuo que vais absorvendo. Queria que vivesses num país de uma qualquer Alice, o das Maravilhas, ou então o de Peter Pan, aquele que teve a sorte de nunca ter crescido, mas não meu amor mais lindo do meu coração, terás de saber viver com as duas realidades com que te presenteamos dia após dia, com as diferenças que verificas nos dois mundos que te são mostrados. Lamento que sintas num teu inconsciente perdido que tens de consumir materialmente tudo o que vislumbras para compensar um amor que te deveria ser por direito, lamento que sintas que só ter compensará o ter, e espero ter a força do meu lado, para que o meu amor, mesmo quando te berro, me descabelo, me rasgo por dentro, te consiga mostrar que o mais belo é poder SER todos os dias, poder acordar de manhã e sentir os raios de luz a entrar por uma janela, por mais pequena que seja, sentir o quente dela na pele que nos veste o corpo, poder respirar o ar fresco, fechar os olhos e poder sonhar, desenhar objectivos e lutar por eles, ter presente que podem não se realizar, mas que vale a pena sonhá-los e segui-los, mesmo que se moldem ao longo dos tempos, e nos permitam continuar a trilhar caminhos. E que é bom amar, nas várias formas desse sentir, que é bom rodearmos-nos pelos amigos, que nos ajudam em tantos momentos ao longo de um viver, que é bom mantê-los, bem como fazer outros novos, que o mais importante meu amor lindo, é que a vida sem amor, valor, cuidado não tem assim tanta piada, e que nada disso é compensado apenas pelo TER, pelo possuir de algo que depois se torna efémero. Não sei como fazer melhor, mas prometo que não vou desistir de te ajudar a ser forte e doce, cuidadosa mas guerreira, não desistirei de te ajudar a lidar com as emoções, mesmo as mais negras, as mais duras, as que te farão mais confusão, porque é o meu dever, a minha missão, ajudar-te a ver portas, janelas apenas, e mostrar-te que elas existem, porque quem as irá abrir ou fechar, meu amor mais lindo, és tu. Espero conseguir ter a calmaria dentro de mim suficiente para amparar essa dor que cresce em silêncio tal erva daninha e encontrar o insecticida mais poderoso que o erradique para sempre, ou pelo menos que o leve para longe, onde nesse teu coração lindo, haja sempre lugar a amar, a cuidar. Que possas dar valor ao SER e não ao TER, que te consiga fazer perceber que o mais importante não é o tamanho da casa, do quarto, até mesmo do conforto, da facilidade em se usar um cartão de débito ou crédito. Por vezes, um colo, um ombro, um escutar, um abraço, um sentir de um amparo e cuidado, tem mais peso ou lugar do que o possuir. Não, não vou desistir, mas só te poderei dar o meu colo, o meu abraço, limpar lágrimas, orientar, escutar quando quiseres falar, e estar aqui para ti, porque não sei fazer para apagar dor dentro de ti, apenas esperar que te rasgue menos do que me rasga em mim, quando escuto esses teus dizeres negros e sombrios.
Amo-te meu amor mais lindo!


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