sexta-feira, 7 de março de 2014
A minha escolha
Tem alturas que escolho o cansaço. Deixo-me ser arrebatada por ele, e ali fico a dizer para comigo, que dia cansado, que semana cansada, estou tão cansada. Não deixa de ser verdadeiro, tenho dias cansados, muitos até. A correria do meu dia a dia, as mil uma vidas que visto num único dia levam-me a um estado extremo, e ela encontra-se numa fase exigente. E quando tudo isto ocorre há ali um momento, ténue que seja, que profiro patetices, muitas, e escuto outras tantas da parte dela, que me magoam. Mas como a adulta cá de casa ainda vou sendo eu, há num segundo seguinte a frieza de parar e aceitar que tudo isto foi escolha minha, bem como o caminho que quero para mim. Ou continuo aprisionada a um sentimento de injustiça extrema [abraçando a vitimez], ou aceito que no meu dia a dia, embora frenético, há lugar a momentos que não troco por nada. Um beijo assim que se sente mais bem disposta, um abraço doce e comprido no tempo, um ser chamada de mãe de manhã à noite nas 3456 vezes que se lembra, um sorriso lindo que me enche o peito, as lágrimas de ansiedade que partilha com os meus ouvidos e coração. Este amor que muitas vezes tem pouco colo, muito ralhete e muita rabugice da minha parte. Um braço que segura firme a disciplina do crescer e o outro que envolve, repleto de mimo e cuidado. Não adianta dizer aqui e acolá, pelos cantos desta casa, o quanto estou cansada (nada que umas valentes horas de sono não reponham). Escolhi este caminho, escolhi-te a ti, mesmo que me digas coisas feias e que me leves a dizer outras quantas mais feias ainda. Escolhi amar-te, cuidar de ti e fazer o meu melhor para que o teu caminho valha a pena ser trilhado, no aqui e no agora.
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