quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Memórias


Sou assaltada pelas memórias do ontem, talvez porque o meu amor pequeno apressa-se a completar duas mãos de vida cheia, em breve. Não lhes tenho saudades, mas são memórias que me levam a paisagens, sensações até a cheiros, guardadas aqui num baú recôndito. Talvez assolem porque não me sinto completa, os passos dados levaram-me para bem longe de mim. Nada posso fazer, era o caminho da aprendizagem que tinha de fazer. Nestes dias assim, meio esquisitos, onde me questiono tanto, sei-os porque ainda não perdoei aquela Sandra cheia de medos em arriscar em terras alemãs, e regressam num hoje dessa forma aguçada porque não faço algo em que possa dizer num terminar de um dia, missão cumprida de sorriso estampado, nem tão pouco sinta que o esforço da correria diária é compensado e revertido em euros. Aí, inevitavelmente a memória passeia-se pelo esforço e dedicação de outrora em aprender alemão, mais tarde o francês, dando sempre colo ao inglês e às pessoas fabulosas com quem tive o privilégio de me cruzar. E sinto-me amorfa, sem cor nem piada em dias como os últimos, nesta sociedade que não me dá asas para voar e redescobrir-me, fazendo a diferença na minha vida e da dos que me abrigam no coração.
Hoje, não foi um dia fácil, não têm sido meses fáceis, mas hoje tenho questionado que raio de caminho preciso fazer para chegar a um final de dia entusiasticamente completa.

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