terça-feira, 16 de junho de 2015

Abraçar um hoje de cada vez


Em arrumações encontrei uma foto tua. A saudade espreitou em forma de gotas salgadas. Recordei o teu sorriso, a tua predisposição à brincadeira, a piada fácil, mas acima de tudo esse coração mole que a armadura da tua parvalheira conseguiu proteger sempre que te magoaram. Dei comigo a perceber o que me trouxeste no pouco que privámos, nunca deixar para amanhã o que quero fazer hoje. Nunca deixar para depois, um beijo, uma palavra, um abraço, uma acção. Nunca calar dentro de mim os sonhos, a vontade em ser uma melhor versão de mim hoje do que fui ontem. Sei que onde estiveres estarás a divertir os anjos, de tal forma que devem ter os abdominais definidos de tanto rir. Trouxeste-me a vontade em viver mais e melhor hoje, isso basta-me, para que sempre que o meu coração minguar com receio do amanhã ou se ressentir com o que já lá vai, saiba que a qualquer momento tudo pode mudar, tudo deixa de ter a importância que teimamos em dar, que o mais importante, seja em que condições estivermos, deve colocar-nos no dia presente da cabeça aos pés e lutar para que gostemos do caminho que estamos a fazer, caso contrário, que tenhamos a coragem de mudar essa direcção e continuar a abraçar um hoje de cada vez.

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