segunda-feira, 29 de junho de 2015
Deixar-te crescer
Deixar-te crescer é das coisas mais difíceis que o meu crescer me tem ensinado. Cheguei à conclusão que a minha resmunguice crónica só o é de facto porque te queria pequenina para sempre, aninhada no meu colo, enlaçada ao meu coração, protegida pelo meu embalo. Deixar-te crescer tem sido o meu acto de coragem. Perceber todos os dias, um bocadinho mais, que tens de viver, experimentar, ousar e ferir joelhos para saber fazer escolhas certas em detrimento das erradas é um golpe diário, mas necessário. Deixar-te crescer é (tentar) aceitar que só de vez em quando recebo aquele beijo sentido, aquele olhar brilhante espelhado no teu sorriso, aquele abraço com cheiro de eternidade, que os muitos mães a toda a hora foram substituídos pelo silêncio do teu espaço contigo mesma em busca da tua própria identidade. Deixar-te crescer é saber que em breve estarás de férias longe de mim e que faz parte. Deixar-te crescer é saber que não podes ser pequenina a vida inteira, que tens de ir experimentando as asas da existência com voos pequeninos e que mesmo não gostando, estarei sempre por perto para te ajudar a dar os saltos mais altos e longínquos. Mesmo que isso implique engolir o meu coração todos os dias do meu crescer.
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