segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Recomeçar


Romper barreiras tem sido a minha maior barreira. Acho que já não se trata de não acreditar em mim. Passaram vários anos, e depois desta intervenção, que claramente mexeu comigo, sinto o dever, a obrigação de direccionar a minha vida num rumo mais a ver comigo, com aquilo em que acredito, como o que me faz estremecer de emoção, por dentro e por fora. Há 7 anos, quando regressei a Lisboa, sob uma escolha abrupta a qual fui levada a cometer, decidi que a minha vida tinha de ser diferente. Imaginei que poderia ser aquilo que tantas vezes instiguei nos outros, estudei, li, vi, experimentei, mas faltou sempre algo, o momento, a oportunidade, e claro, tinha de arrumar a minha vida, criar uma filha praticamente sozinha. Tinha o dever de lhe fornecer o essencial, um lar, chão, paredes sólidas e um tecto protector, tudo com muito amor e suor. Recorri ao emprego que me abriu  portas já que aqueles a quem apelei, enviei cv's nunca me deram notícias. Não faço o que gosto, não recebo o que desejo e sinto que algo tem de mudar, caso contrário continuarei em angústia imaginando como poderia ser. Há 7 anos, quando regressei criei uma página, apoio psicopedagógico, sei que ajudou algumas pessoas, depois criei um site daqueles que a net permite efectuar a título gratuito, onde depositei a informação necessária, mas faltou-lhe o impulso, chegar a mais olhos, corações. Conciliar essa vontade com a vida real, não foi fácil, não tem sido fácil, e o tempo passou, passa, e continuo a ver de fora o meu filme a passar. Passaram-se anos, fiz coisas que me permitiram saber que é um caminho a percorrer, mas há sempre aquela barreira, a bendita da barreira que me leva a outros destinos. Contudo, quando percebemos que podemos transformar sonhos em novos sonhos, voltar a redesenhar e a insistir, temos de ter a coragem de os prosseguir, porque temos todos os dias a oportunidade de sentir o presente que o presente nos dá. A possibilidade de recomeçar, uma e outra e outra vez.

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