sexta-feira, 17 de abril de 2009

Primeiro castigo

Hoje após tantos ralhetes, algumas palmadas e muito stress pelo meio, achei que devia colocar um ponto final, caso contrário daqui para a frente a situação só virá a complicar-se.

Sei que tudo tem uma razão de ser, e talvez as suas pequenas asneiras próprias da idade, tenham a ver com a minha falta de disponibilidade, atenção e tempo e muito mais que neste momento não quero abordar. Contudo creio que é através das asneiras, corrigidas, que se aprende.

Entrou numa idade crítica, imensamente engraçada, é respondona como a mãe, teimosa, decidida como o pai, mas tem que ter limites e para isso estou cá eu, mesmo estando numa fase menos positiva, com uma acumulação de cansaço inexplicável e aos trambolhões com as arrumações emocionais que ainda teimam em sair do sítio devido.

Hoje de manhã portou-se mal, e para não me aborrecer muito mais, nem a ela, disse-lhe que à noite teríamos uma conversa. Não ligou, óbvio.

À tarde fui buscá-la, perguntei-lhe como tinha corrido o dia, como habitualmente, depois do seu relato lembrei-a de que iríamos ter a nossa conversa.

Fiz o jantar e após termos tomado a refeição, falei que estava triste com o seu comportamento em toda a semana, que me sentia triste de ter ralhado todas as noites ao deitar quando era uma altura de descanso e expliquei-lhe que as atitudes boas ou más têm consequências e que hoje, mesmo sendo sexta-feira, iria para a cama mais cedo após terminar o jantar , sem história, para pensar no que tinha feito. Expliquei-lhe que não gostei da atitude que teve de manhã em que ao ser contrariada, levantou a mão à mãe. E que estaria de castigo, e que daqui para a frente sempre que tivesse um comportamento destes, ficaria sem ver televisão, sem contar histórias comigo para pensar um pouco sobre o seu comportamento.
nicialmente não me levou a sério, gozona como é, achou que seria mais uma brincadeira, mas fechei a cara, não me alterei como se está a habituar nem levantei a voz, apenas referi que hoje iria para a cama mais cedo e não haveria mimos. Que era sua amiga, mas estava magoada e que não lhe admita mais comportamentos destes.

Ficou na cama, levantou-se, voltou para cama, chorou, pediu chucha, chorou, chamou pelo nome, até que me deitei ao pé dela, e voltei a explicar-lhe tranquilamente a razão por estar de castigo. Acalmou, entre soluço e abraço, acalmou...e eu também, que me custa ter este papel de megera, de bruxa má...mas entendo que esta é a melhor altura para ela começar a perceber o que deve ser feito, o que deverá evitar e o que não pode fazer. É altura para perceber que os pais são seus amigos e estão consigo para a ajudar a perceber as limitações, a saber lidar com a frustração de ser contrariada e de lhe explicarem as razões das suas atitudes face a uma regra, um pedido ou até mesmo uma exigência.

Ao longo destes 4 anos, descobri que a "profissão" de mãe/pai é a mais gratificante, mas também a mais exigente.






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