domingo, 27 de outubro de 2013
Colocando em perspectiva a maternidade
Vi este vídeo e revi-me nas palavras de cada mãe. A falta de paciência que me assola em demasia ultimamente, principalmente quando sou confrontada com as vontades e argumentos dela, com a falta de controlo que arrebate a minha vontade de manter tudo calmo e em perfeição, o antagonismo da pedagogia cá em casa, os gritos que saem de mim sem eu dar conta, tal é a velocidade da irritação, e depois, depois os remorsos que se deitam comigo na cama, deixando um sono intranquilo fazer-me sentir por vezes, que fracasso, que se calhar lhe transmito que não gosto deste papel e viagem que escolhi,sendo precisamente o contrário. Já escutei em desabafos com outros que a mãe grita muito, é zangona, e diz sempre não a tudo, questiono-me se ela poderá dizer também que a mãe é a maior [desejo mais que desejado de uma vida], que a acorda de manhã e tenta ao máximo minimizar o estrago de um sono preguiçoso e abraçar-lhe o receio de enfrentar mais um dia de escola, onde terá de participar em sala de aula, estar com os colegas e provar à professora que é capaz, mais, provar a si mesma que é capaz de tudo, basta acreditar. Que passa a maior parte das horas do seu dia, com saudades da gargalhada dela, do olhar doce e do abraço que lhe dá quando se vai deitar. Que corre o quanto pode para apanhar aquele transporte, só para poder aproveitar cada minuto que sobra de um dia que pouco sentido teve, e escutar as suas aventuras amorosas perdidas num ou outro intervalo da escola. E que se deita exausta vendo esta rotina se repetir e muitos desses minutos, encontra-se perdida em conflitos internos tentando dar o melhor de si, todos os dias, mesmo quando de cara feia, repreende um comportamento ou outro, uma resposta menos bem vinda e lhe mostra o que pode ser aceitável dentro das regras que vão sendo estabelecidas. Sei que há momentos em que podia ser mais flexível, mas isto é um pau de dois bicos, dividir-me num papel de dois nem sempre é fácil, mas sem dúvida é a viagem mais alucinante que faço, dia após dia, não abro mão dela, não abro mão deste amor, cresço com ela, e espero que ela se torne num ser gentil, humano, feliz e segura de si...e que um dia, consiga compreender sem mágoa, raiva ou rancor, os dias menos bons que temos. E que a amo incondicionalmente!
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1 comentário:
Adorei o video.
Se calhar não somos tão más como nos pintamos.
Beijos
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