Não adiar o amor. Uma reconciliação ou uma declaração. Não adiar mais um gesto que seja bom. Não parar na dificuldade, no medo, naquilo que não é o nosso coração a ditar, e que nos atemoriza. Não pôr nada de decisivo dentro de nós à espera tempo demais. Não adiar o viver a vida o melhor que se puder. Dar valor a quem gosta de nós, exercermos essa gratidão com humildade e autenticidade. Não adiar um mergulho no mar, dar as mãos a quem se ama, não dar nada nem ninguém por garantido, não adiar o dia em que se é honesto para sempre, sem trair ninguém, a começar por nós próprios. Não adiar o cheio da terra molhada de manhã, o brincar com os filhos, o ralhar-lhes quando é preciso.
Não adiar mais aquele telefonema que estamos há que tempos para fazer a uma pessoa de que gostamos, seja qual for a forma desse gostar.
Não adiar o momento de dizer alguém que o amor começou ou acabou. O dizer bom dia. Não adiar nenhum dos lados da vida, porque a vida esgota-se e só Deus sabe o que virá depois, e se.
[...] Dei comigo a pensar que passamos demasiado tempo distraídos na nossa bolha da pressa, da falta de tempo, da falta de atenção, da energia desperdiçada no acessório ou no que não interessa mesmo nada e, um dia, acabou. Quase sempre cedo demais, para as contas que fazemos.
Viver em pleno é estar à altura dessa bênção, a cada dia.
Não adiar tudo o que pode fazer de nós melhores e bem aos que nos rodeiam. Que a vida não espera.
Depois de uma tarde menos fácil, a qual deu lugar a harmonia, graças ao imenso amor que sinto, este texto deste senhor genial acaba de se tornar um género de mantra a seguir e recordar, quando me lamento, quando me rasgo por dentro, quando ecoo palavras desmotivadoras. Não adiar o que sinto, respirar fundo, acreditar mais, seguir em frente e saborear tudo, os pequenos e os grandes, aprender com o errado, não deixar de fazer com medo de errar, fazer mais, viver, simplesmente viver, e reaprender a viver com o que tenho e sou, não vale a pena chorar (mais) porque nada disto foi planeado desta forma, aceitar, perdoar e seguir, porque sim, a vida esgota-se e eu quero muito poder dizer lá mais à frente, sou feliz, vivi um bocadinho de tudo, engoli o acre mas deliciei-me com o doce, não ficou nada por tocar, nada.
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