quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Corremos o risco de embrutecer o coração
Vai-se lá perceber esta mania que temos de nos maltratar por dentro, apegar-nos a memórias de momentos e ficarmos ali a mastigar já sem sabor. Doemos lá fundo, voltamos as vezes que são necessárias para lembrar o simples cheiro, a cor, o toque de um sentir que já não faz parte. Porque perdemos tempo, nesta sôfrega lambidela de ferida em ferida, quando sabemos que num hoje, as coisas já estão diferentes? Recordamos apenas para voltar a sentir aquele êxtase, o beijo, o tocar, o amar, o rir, o conversar, o sonhar juntos. Perdemo-nos em nós mesmos achando que se lá voltarmos, ao momento, podemos modificar a palavra, o gesto, o olhar. Não sabemos quanto tempo dura, mas aquilo que devemos fazer é viver cada minuto com intensidade, não deixar nada por fazer, dizer ou sentir, para que quando existir um terminar de emoção, mesmo que seja apenas de um dos lados, o outro possa seguir em frente, com coragem de se entregar ao desconhecido e saborear cada nova sensação que oportuna de onde menos se espera.
Se estivermos sempre a olhar o mesmo livro, corremos o risco de embrutecer o coração que guardamos por dentro.
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