sábado, 25 de janeiro de 2014
Coisas minhas
Dias como os de hoje, fazem-me pensar que há tanto em mim por alcançar. Há frustração a desbravar, há um aprender a lutar mais além, há um desejar ser mais e melhor. Dias como o de hoje, tornam-me pequena face ao que sou. Deixei-me render perante a autocomiseração, aperto no peito e meia dúzia de lágrimas. Entendo que tenho de aprender a aceitar e agradecer. Ver o outro lado e não sentir que me anulo tanto. Um dia, um dia...que me interessa que seja daqui a um tempo. O viver é hoje. E se o meu hoje é contando comigo e dedicar-me a quem pus no mundo, que seja. Não posso, nem quero permitir que o meu viver seja colocado numa prateleira esperando que um dia tudo isto se torne mais justo, mais sereno, mais feliz. Encontro felicidade nos pequenos detalhes, no caminhar que faço. Sim, adorava poder ter tempo para mim, poder fazer coisas, estar com outros, poder passear, viajar, visitar, e uma mão cheia de actividades. E depois olho para o lado, e vejo que tenho um amor especial que um dia voará em descoberta de novos mundos, e não mais terei tempo para colos, limpar lágrimas, escutar gargalhadas de parvoíces que se diz, do revirar de olhos quando se é chamado à atenção, nos gritos que dou quando obrigo a estudar, a vestir, a comer [porque a vontade é sempre nula] num deixar de dar a mão ao passar numa simples passadeira porque já será grande o suficiente para me querer sequer a seu lado, e tudo isto e muito mais somado, faz com que a frustração de não poder viver os meus bocados comigo mesma num mundo de adultos, se torne pequenina. Abre-me os olhos, limpa-me o salgado que se escorre pela pele do rosto num de quando em vez, abraça e acalenta o aperto e leva a raiva para bem longe.
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