domingo, 16 de fevereiro de 2014
Num mundo louco de adultos
A minha filha hoje teve companhia. Uma menina também da sua idade. Fico feliz por ela que normalmente vive mais em contacto com o mundo louco dos adultos. O meu. E apercebo-me que assim o é, louco, porque ao observá-las de longe, distanciando-me um pouco [querendo muito que elas tivessem o seu momento próprio dos 9 anos que se lhes veste], fui sendo bombardeada com questões, afirmações que me deixaram a pensar um pouco (muito). Por um lado, esta aproximação serviu acima de tudo para me confrontar com os exemplos, e com o facilitismo com que nós, os ditos adultos, proferimos pensamentos em voz tão alta que ecoa ali qualquer coisa na mente perdida destas almas, que estão a crescer e buscam (sem o saberem) um fio condutor. A curiosidade da menina amiga passou mais pelo facto de como consegui eu mudar de casa e trazer tudo para esta (acreditem, não tenho muita coisa), como afinal consegui eu?!*...quanto me custou trazer móveis e afins. Devemos passar muito tempo (no meu caso, o pouco tempo que passo com a minha petiz) a reclamar dos poucos euros e de como vou conseguir fazer isto ou aquilo sem o dinheiro necessário, e...graças a esta visita maravilha, com a curiosidade tão própria da sua idade, levei um chapadão valente que ainda me dói um pouco o rosto da vergonha em lhe passar (à minha criatura) um peso que não lhe cabe. Acredito que os filhos devem ter alguma noção da realidade dos seus pais, não concordo em lhes dar tudo lá porque na idade deles não tivemos, não concordo com o permitir tudo e mais um par de botas, mas também não têm de viver em enclausura tremenda só porque atravessamos tempos mais invernosos. Dou na medida que posso, e acima de tudo tento com que perceba que as coisas têm um valor, mais do que monetário, moral. O que me assusta é a facilidade com que apreendem o que lhes chega e tornam numa realidade sem a noção clara...
Tentar ser mais, sentir mais, e acima de tudo ser um exemplo mais soft, menos pesarosa, e menos preocupada. Tentar lhe transmitir em actos, que a vida resolve-se, temos é de ter a atitude perante ela, encarando o que nos aparece pela frente e aprender com cada situação.
* Será que é assim tão incomum andar com móveis ás costas sozinha, na pele de uma mulher a criar outra num mundo louco de adultos?
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2 comentários:
Olha, não sei se é normal andar com a casa às costas ou não, mas imaginei a cena da chapadona tipo filme, até fez barulho e tudo!!
Beijo.
Gosto dessa do exemplo mais soft.
Estou nessa onda.
:) Sim, tentar faz parte do meu dia a dia. Nem sempre consigo, mas estou mais crescida nesse sentido...ainda um caminho longo pela frente! ;) Beijoca
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