Questiono-me imenso sobre o ser humano, sempre, muito. Nas atitudes, nos gestos, nas emoções que guarda, que emite, que transmite, que partilha. Sempre fui, e serei, uma apaixonada pela emoção que vive em cada um de nós, o que faz despertar o nosso pior, mas acima de tudo o nosso melhor. Observo de perto atitudes que se por um lado compreendo e se calhar desvalorizo, porque as sei momentâneas, ao mesmo tempo, fazem-me questionar a razão de nos levar a tal acto. O ciúme, a raiva, a inveja são como cáries, que vão corroendo, mas que só a 'ferramenta' do especialista pode cuidar e tratar. No caso das emoções que vivem em nós e que teimamos em abraçá-las por vezes, só o tempo pode atenuar tais sentimentos pequenos e escuros que assombram a vida do próprio e de quem se relaciona. Por vezes perde-se o norte, magoa-se, fazemos e dizemos coisas que podem ser irreversíveis, e é uma pena, porque infelizmente só mais lá à frente se poderá compreender que tudo isto é apenas um processo de aprendizagem e passageiro, pelo qual temos de passar e retirar a lição necessária ao crescimento que cada um de nós. O mais importante é não perder o amor próprio, e aprender a passar por estes momentos menos coloridos sabendo desvalorizar e ter ciente nesse presente doloroso que é apenas um momento menos bom, que vai passar e vai despoletar outros caminhos, os quais não teríamos a coragem de trilhar se não nos permitíssemos reconhecer o essencial que buscamos para nós. Deixar passar, apelar ao tempo que leve para longe o que pesa e que guarde na memória apenas o que fez sorrir e seguir, simplesmente seguir com a vida, porque também ela segue, e um dia tudo isto terminará. Ao menos que fique as grandes histórias que nos fez ser o melhor que somos, e que no meio de tempestades consigamos perceber que o Sol estará lá sempre, é apenas uma questão de tempo. Deixar cada fase se cumprir, seja a de luto do que terminou, seja um reiniciar-se de si mesmo, e viver, simplesmente.
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