
Há medida que vamos crescendo, vamos construindo ideias, planos, metas, e ideologias. Achamos que tudo isso tem de ser imutável e ficar exactamente como o concebemos na nossa mente, no nosso coração. Temos planos para a vida, e corremos desenfreadamente em busca deles, de os concretizar, de os vestir e sentir que sempre assentarão como imaginámos. No entanto, crescemos, e não é só o corpo, a alma também cresce, e damos por nós a certa altura, por vezes angustiados, a questionar sobre os tais planos, as tais metas, a olhar para dentro e tentar perceber se aquilo que imaginámos quando éramos de outra forma e tamanho é mesmo o que desejamos, o que mais queremos na vida, na tal vida que pensamos poder controlar, definir, segurar nas mãos. Um dia, pára tudo, surge um grito ensurdecedor que vem de dentro, e tendo a coragem de o escutar, percebemos que se calhar a vida, essa coisa mágica que é para lá de mutável, tem afinal, outros tantos planos para nós, e se conseguirmos ter a primazia de serenar a mente, até mesmo esse nosso batimento e despirmo-nos do preconceito, da ideia pré-concebida de outrora, podemos ser bafejados pela magia de encontrar novos planos, novas ideias, novas vestes, novas maneiras de ver, pensar e até quem sabe, sentir, como jamais o faríamos se não urgisse em nós, a vontade em estar de bem connosco, em paz, serenos, enamorados por nós e poder continuar a seguir o tal caminho, mesmo que desviado do tracejado inicial, o caminho, o plano que a vida afinal, guarda lá mais à frente para nós.
*Não faça planos para a vida, para não estragar os planos que a vida tem para si| Agostinho da Silva
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