quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
Momentos vazios
Não me tem apetecido escrever. Ando mais cansada, mais distraída com o dia a dia que vai consumindo. O que é certo é que por vezes sinto a necessidade de dar voz ao eco que grita aqui por dentro. Andas mais silencioso, mais distante, provavelmente a tentar gerir também os teus ecos, as tuas angústias, os dramas em que te encontras e nem reparas que o silêncio se nos instala. Sobram poucos dizeres. Não te vejo durante a semana e ao fim de semana é num abraço recolhido que me perco esquecendo estes momentos que me transtornam. Mas deixo-me engolir por este silêncio que acarinhas, se calhar és mesmo assim, deixar-te no teu canto a remoer o que te consome e quando te sentires capaz, dar-te de mim completamente. Não posso deixar de me sentir triste nestes teus momentos vazios de palavras doces, abraços que me devolvem o mundo, um olhar que me apazigua. Será que se vai perdendo? Espero que não. Não pode. Não deixemos de mimar o que é nosso. Sei do que falo. Passei por demasiada perda nos últimos anos devido a um deixar de se importar, deixar de lá se estar, deixar de partilhar. Tudo importa, tudo merece carinho. O sentir é isto, é um querer estar ao lado de quem se ama e afagar-lhe o ardor da tristeza, passar os meus braços em volta do teu corpo e segurar a tua dor. Não permitas que o cansaço te leve para longe de mim. Não quero. Não gosto do teu silêncio. Faz com que ele se baralhe e vá para longe de nós e me devolva o teu sorriso e olhos iluminados ávidos de nós. Devolve-nos antes o eco da felicidade que nos brindou em alturas que nem sonhávamos tal. Falo a sério. Deixa-me estar e ficar e sentir-te comigo aqui, ao meu lado.
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