quarta-feira, 22 de abril de 2015
Grata*
Apesar dos dias fechados, cinzentos dentro de mim, guardo imensa gratidão pelo que tenho. Sinto que percorro novo deserto em busca de um oásis em mim, e neste caminho, mesmo assim (e ainda bem) consigo agradecer pelo que tenho. A casa que me acolhe, a saúde que vai se mantendo, a alma em crescimento, o corpo em recuperação. As pessoas de bem que entram e se mantêm na minha vida. A família de sangue,a família de coração, os amigos, a filha da minha vida, e mesmo não estando numa boa altura, o amor que me apaixonou. Tudo isto faz de mim uma pessoa grata. Aquela que acorda e se sente feliz por ter mais uma nova oportunidade. Em dias de Sol, poder contemplá-lo, sentir cada raio, bem como em dias de chuva (os quais não gosto tanto). Poder fazer uma caminhada no meio da natureza e observar em silêncio (é onde me encontro). Cheirar os diferentes odores da vida. Ver cada cor que veste o mundo ao meu redor. Carregar memórias vividas. Pessoas que já cá não estão, outras que se afastaram, outras de quem me afastei, e mesmo assim agradecer tê-las conhecido. Sou grata de poder pisar a areia molhada. Sentir água salgada nos pés e no corpo todo. A pele a estalar entre sal e sol. Poder saborear as refeições que preparo, e as que me preparam com amor. O calor do forno e o cheiro que me deixa na casa. O sorriso da filha. Os beijos do homem que amo. O colo da minha mãe. A irmã que tive a sorte de ter nesta vida. A escuta dos amigos. Tudo isto faz de mim a pessoa grata em que me venho a tornar. E nada disto me custa um centavo. E é isto mesmo, espelhado naquela máxima *Se você não gosta do que está a receber, observe o que está a emitir. Apenas e só.
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