quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Crenças...no amor


Ao longo do nosso crescimento vamos abraçando crenças, ideologias, vontades alheias e tomamos isso tudo como nosso. Quando não temos na nossa vida aquilo que idealizámos fruto das tais crenças que nos incutiram e que moldámos como nossas, sentimos que nada disto faz sentido. Questiono-me o que realmente faz sentido na vida de quem se cruza com a minha. Que crenças habitam no seu interior para agir de uma forma em detrimento de outra.
No amor é igual, penso. Achamos que só seremos felizes quando atingirmos aquele cargo porque depois podemos comprar aquela casa ou carro, ou fazer aquela viagem que acreditamos, fará toda a diferença sobre o que já vimos ou sentimos nos pequenos caminhos que trilhamos. Só seremos felizes quando tivermos um filho, não, dois, eh pá, mas se tivermos três é muito melhor, contribuímos para a lei  da vida, repovoar o mundo, manter a procriação da espécie, e ver espelhado na cara de outros os meus traços, os meus feitos, a minha linhagem a ter continuidade. Acreditamos que só seremos felizes se atingirmos as tais crenças com que crescemos e escutámos tanto nos outros. Depois vem a vida com a sua sabedoria simplista e baralha tudo isto para nos colocar em lugares imagináveis, para nos mostrar de que fibra somos feitos e se temos a coragem de refazer o nosso sistema emocional. Nem todos conseguem aceitar adversidades e retirar o melhor proveito delas. Nem todos sabem ir ao chão e levantar. Nem todos conseguem transformar um momento mau em algo profundamente positivo e reescrever nova crença. Nem todos. Mas grande parte sabe que nada nesta vida é garantido, o que hoje é de uma forma, amanhã pode ser de outra e mesmo assim estar tudo bem. Se (hipoteticamente falando) me imaginei num conto de fadas com 6 filhos todos eles perfeitamente educados, penteados e amestrados, um casarão e um marido exemplar e não ter nada disso, sei que posso ser feliz na mesma com o que atraí até mim, com ou sem filhos. No entanto ainda não aprendi a viver sem total amor, posso até sobreviver, mas viver não. O amor é o combustível que me move, que me dá força em lutar contra titãs, tempestades ou marés crispadas, sem ele a vida tem um sabor amargo, um cheiro a mofo e dias sem cor. Não sei se será apenas uma crença, de que a vida vale bem mais a amar e ser amado, mas que me desenha um sorriso na alma bem diferente, disso não tenho dúvida. Vale a pena revermos as nossas crenças, ir além de nós e perceber no que acreditamos e se estamos a viver ou a sobreviver mediante as tais crenças que abraçámos. Porque da mesma forma que elas existem, podem também ser substituídas a qualquer momento, por ti, por mim, por quem se atreve a questionar e a querer viver, de verdade.