sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Fuga de ti mesmo...



Deambulas entre corpos desnudos, perdido entre beijos que nada te dizem e braços que te seguram o ego, mas de nada te valem. Fumas cada cigarro perdido em ti mesmo, sôfrego de algo que não te acode, não te mata o desejo, um sabor acre na boca, quando tentas lembrar em ti o momento em que te sentiste pleno, como se dum orgasmo se tratasse, onde está esse momento em ti, questionas...segues para outro corpo, outro sorriso, olhos, braços, sexo, e nada de acode a sensação cinzenta, andas perdido por ruas que não queres conhecer. Vagueias a mente pelo sorriso daquela mulher que te aprisionou o coração, reconheces-lhe o cheiro quando fechas os olhos, viajas até ao toque da mão dela em ti. Turbilhão e volúpia nesse pensar fugaz, mas depressa foges de ti, não queres, teimas num sofrimento teu, para quê? Receias, tens medo de gritar diante do espelho que a amas, que ainda a queres, que a desejas e te baterás por ela, mesmo sabendo que ela possa não estar lá mais. Preferes correr para longe de ti, recorrendo a lábios doces, mas frios, que em nada te aquecem o íntimo, em nada te fazem pulsar nem escorrer fios de prazer, no sentido ávido da palavra, prazer. Deixaste de o sentir. Enganaste-te e enganas, sorris de lágrimas perdidas por dentro, cantas e encantas, seduzes e questionas onde perdeste a alma do amor? É o que mais desejas, amar, voltar a sentir o perfume doce dessa palavra, o seu significado que te devolve ao verão mais quente, a águas ténues de prazer, beijos quentes e amenos, o corpo que conhece o teu como a estrada preferida de trilhar, viajar até ti, seguro do sorriso e do olhar. Que fazes para o devolver a ti próprio, o perfume, o beijo, o abraço a pele que desejas para ti?...

3 comentários:

Anónimo disse...

Muito bom :)

Anónimo disse...

thats me!!

MÓNICA disse...

Gosto muito! ...Muito mesmo!
:)