Deambulas entre corpos desnudos, perdido entre beijos que
nada te dizem e braços que te seguram o ego, mas de nada te valem. Fumas cada
cigarro perdido em ti mesmo, sôfrego de algo que não te acode, não te mata o
desejo, um sabor acre na boca, quando tentas lembrar em ti o momento em que te
sentiste pleno, como se dum orgasmo se tratasse, onde está esse momento em ti,
questionas...segues para outro corpo, outro sorriso, olhos, braços, sexo, e
nada de acode a sensação cinzenta, andas perdido por ruas que não queres
conhecer. Vagueias a mente pelo sorriso daquela mulher que te aprisionou o
coração, reconheces-lhe o cheiro quando fechas os olhos, viajas até ao toque da
mão dela em ti. Turbilhão e volúpia nesse pensar fugaz, mas depressa foges de
ti, não queres, teimas num sofrimento teu, para quê? Receias, tens medo de
gritar diante do espelho que a amas, que ainda a queres, que a desejas e te
baterás por ela, mesmo sabendo que ela possa não estar lá mais. Preferes correr
para longe de ti, recorrendo a lábios doces, mas frios, que em nada te aquecem
o íntimo, em nada te fazem pulsar nem escorrer fios de prazer, no sentido ávido
da palavra, prazer. Deixaste de o sentir. Enganaste-te e enganas, sorris de
lágrimas perdidas por dentro, cantas e encantas, seduzes e questionas onde
perdeste a alma do amor? É o que mais desejas, amar, voltar a sentir o perfume
doce dessa palavra, o seu significado que te devolve ao verão mais quente, a
águas ténues de prazer, beijos quentes e amenos, o corpo que conhece o teu como
a estrada preferida de trilhar, viajar até ti, seguro do sorriso e do olhar. Que
fazes para o devolver a ti próprio, o perfume, o beijo, o abraço a pele que
desejas para ti?...
3 comentários:
Muito bom :)
thats me!!
Gosto muito! ...Muito mesmo!
:)
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