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Duas mãos cheias de aventuras e desventuras. Dia 5 de Novembro não celebra apenas o dia em que nasceste, marca o início da minha vida enquanto mãe, uma viagem sem retorno. Temos sonhos, muitos, vamos crescendo e alimentando-os por dentro num ideal o que mais desejamos para nós, achamos que tudo vai ser perfeito, exacto, linear, depois a vida vem devagarinho e chocalha tudo, como quando despejamos sobre uma mesa ou chão, as peças de um puzzle e temos de o ir construindo, encontrando as peças certas, por vezes parece ser aquela naquele encaixe e mais tarde percebemos que ainda não é bem assim. A vida mostrou-me que os sonhos que tinha como certos, estavam afinal por se moldarem a realidades diferentes do imaginado, as voltas foram trocadas, apenas um se cumpriu, tenho-te bem juntinho a mim. Dez anos de ti, dez anos de nós, sempre juntas, mesmo quando andamos às turras aqui entre paredes. Sobram abraços, sorrisos, lágrimas de crescimento, o meu e o teu. Colo, muito, grande, sempre. Sou feliz, mesmo quando dói por dentro entre medos e ansiedades, sou feliz porque no meio de tantos sonhos falhados ou por cumprir, tenho o privilégio de ser a tua mãe, menina de cabelo rebelde e feitio único que me faz subir andaimes na busca da paciência, que me faz sorrir com o som da gargalhada, que me enternece o lado esquerdo quando te vejo num sono seguro, sabendo-me o teu porto mais que seguro, com braços longos que adormecem o temor de crescer e te ajuda a colocar pé ante pé e seguir sempre em frente, no teu caminho, não interessa o qual, seja o teu, o que desenhares, e ciente que vale a pena sonhar, mesmo que todos os dias tenhamos de os redesenhar, tornando o nosso imaginário na realidade que nos faz sorrir, por dentro e por fora. 
Parabéns menina.